quinta-feira, 14 de julho de 2011

Banalização Cultural no Mundo Globalizado

Esse é um tema que eu sempre quero abordar e dificilmente encontro gente com base para poder me ajudar a discutir o assunto, então vou postar algumas idéias aqui, e se alguém tiver embasamento para discutir, por favor, faça-o!

Hoje em dia é muito comum pessoas passarem dez minutos na wikipedia, mas meia hora no google lendo sites repetidos sobre um determinado assunto, daí você encontra a tal pessoa na rua e pergunta: "o que você tem feito de bom?". E a pessoa em questão responde com a maior convicção do mundo: "Ah, eu tenho ESTUDADO MUITO sobre (insira o assunto desejado aqui)".

E começa a dissertar sobre tal assunto com a maior convicção do mundo, como se fosse um verdadeiro especialista...

Tudo bem que na internet de fato se têm muita informação hoje em dia, tanto verdadeira quanto FALSA, tanto embasada quanto INVENTADA.

Quando se lê um livro, geralmente há um resumo biográfico sobre o autor, seu nome real e/ou pseudônimo (de qualquer forma algo que lhe permita um mínimo checar quem foi ou é quem escreveu aquilo) e geralmente uma foto REAL do autor.

E quando você vai virar Ph.D em algum assunto, geralmente você deve ter uma graduação, seguida de pelo menos um mestrado e um doutorado naquele assunto, o que implica em você ter lido pelo menos um bilhão de livros sobre tal assunto, checado fontes, disssertado e debatido o assunto com vários outros especialistas e etc... E honestamente eu não acredito que meia hora de internet possam substituir o conhecimento adquirido nessa experiência enorme. E acho realmente muito triste ver tantos "especialistas" em google e wikipedia.

Certa vez eu, ainda estagiário do curso onde sou professor hoje, estava na reunião dos estagiários de monitoria e nosso supervisor perguntou: "Quem aí, além do Gabriel, sabe mexer com Maya?". E um outro estagiário perguntou: "Depende... no NÍVEL do Gabriel?". Talvez outra pessoa tivesse o ego inflado após tal comentário, mas comigo ocorreu o inverso, eu fiquei chateado, tomei a palavra e disse: "Desculpem, mas não lembro de ter mostrado meu portifólio para ninguém aqui... de onde vocês tiraram que eu sou tão bom assim em 3D sem ter visto NENHUM trabalho meu?". E outro estagiário me respondeu: "Ah... é pelo jeito que você fala quando a gente vai tirar dúvida contigo...".

Talvez esse argumento tenha alguma base, visto que de fato eu conheço o tal software praticamente de cima a baixo, mas isso não me faz nenhum expert no assunto! E como hoje em dia é "normal" o tal leitor de meia hora ser considerado "expert", eu que de fato tenho algum conhecimento real no assunto e um minimo de estudo acabo sendo considerado "gênio" perto de alguém que mal abriu o programa e diz saber usar.

Mas o meu ponto principal aqui não são programas de computador, nem comparar graduações, aonde eu queria realmente chegar mais forte é no quesito CULTURAL.

É impressionante como no Brasil, um país em princípio católico/cristão, onde boa parte da população teve criação cristã em casa, essa mesma parte da população hoje em dia convictamente se diz Budista, Yogue, Hindu, e qualquer outra religiao oriental que você quiser. o mais bacana é que boa parte desses "budistas brasileiros" são "especialistas altamente capacitados no assunto" porque sabem que o nome do budha era Siddharta Gautama... Grande informação! Essa eu também tenho, e nem por isso sou budista ou especialista no assunto.
E mais legal é que todos esses brasileiros que seguem religiões orientais conseguem acreditar e conciliar TUDO AO MESMO TEMPO!! O sujeito consegue juntar jesus, buddha e só falta botar osiris no meio, afinal, teoricamente, os três fazem aniversário 25 de dezembro mesmo... (pra quem estudou DE VERDADE um mínimo sabe que jesus NÃO faz aniversário no natal... e olha que no meu caso em particular eu nem venho de família cristã e sei disso...).

Por que que isso acontece? Porque esses "grandes especialistas" só conhecem as culturas/crenças superficialmente! Daí fica fácil achar uma meia dúzia de coincidências, supor que elas estão de fato relacionadas e seguir tudo ao mesmo tempo de uma forma torta e ainda sair pregando por aí... Pior do que quem faz isso é quem segue quem o faz sem ter a mínima curiosidade de checar as bases, porque "dá trabalho", ou seja, por pura preguiça de pensar, o animal conhecido como "racional" sai falando besteira e ainda tirando uma de "culto" pelas baboseiras que fala.

O exemplo que eu mais gosto são os "mestres" em yÓga (porque yÔga é pronuncia de ESTADUNIDENSE!).

Esses, além de chegar pronunciando o termo em INGLÊS, achando que é o "certo", não tem um mínimo de base real do assunto e saem dando "aulas de ginástica" em cima de uma prática religiosa.

Daí você quem está lendo pode vir e perguntar: Tá, mas o que VOCÊ tem a ver com isso?

Eu? TUDO!!!
Porque hoje em dia eu vivo rodeado desses "grandes sábios" e é realmente triste ver as pessoas com tanta preguiça de ler e estudar a sério, de procurar bases reais e fundamentos para suas crenças e, consequentemente, AÇÕES! (que é onde me afeta, claro!).

Acho que todo crente em qualquer religião que seja tem como LEITURA OBRIGATÓRIA TODOS OS LIVROS do Richard Dawkins!
Afinal, se você quer sair pregando a bíblia a força, aos gritos no ouvido dos outros ou pregando essa crença ou aquela, primeiro conheça muito bem a obra de um cara que eu particularmente considero muito inteligente e que diz que tudo que você acredita tá errado! Daí, SE você conseguir base fundamentada para destruir todos os argumentos dele, eu penso em te ouvir...

Aí vão me perguntar: "ah, então você é ateu?"
Não, não sou, acredito no D's de Espinosa! Nunca ouviu falar?
Então segue aqui um artigo sobre o assunto e veja quem além de mim era um outro judeu, quem também acreditava na mesma coisa:
http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2011/03/o_deus_de_einst.html

Ahh, você fala mal de quem só lê na internet e nos recomenda um artigo de internet?
Não! Recomendo que você leia esse artigo, e se for do seu interesse real, em seguida procure bem sobre o assunto de verdade e cheque as fontes para ver se sequer o artigo que eu estou postando o link é real, afinal eu poderia muito bem estar inventando isso e fazendo "pegadinha do malandro".

É para ficar confuso mesmo, e botar a cabeça para pensar, não vou dar tudo de mão beijada de graça não, afinal meu objetivo é pelo menos tentar botar quem leia isso para pensar, e não pensar pelos meus leitores (até porque eu não sei se eu teria base para tal, o que pelo menos eu tenho a dignidade de assumir em público).

Esse post acaba sendo mais um desabafo pessoal sobre a minha indignação com a ignorância de muita gente que tem preguiça de pensar e acha mais prático ficar só papagaiando o que ouviu na esquina.

Não posso fechar esse post sem postar um "quote" (ou seja, PAPAGAIAR) algo que achei bem interessante que ouvi de dois amigos NÓRDICOS! (claro que não são nórdicos de verdade, são ateus, dã!):

"Meu Thor é responsável por livrar o mundo dos gigantes de gêlo, seu jesus é responsável por livrar o mundo do pecado... Eu não vejo nenhum gigante de gêlo, quantos pecados você vê?"



Post Scriptum: Só uma obsersavão que não posso esquecer sobre quem ama sair pregando a bíblia por aí, eu sou judeu e, consequentemente tenho acesso ao texto original que vocês chamam de "velho testamento" em hebraico, que é o idioma original, e o primeiro mandamento diz "Eu Sou teu D's, quem te tirou do Egito!".

Daí você, amigo de criação cristã diz: "Ué... mas eu sempre achei que o primeiro mandamento era outro...". Pois é, a diferença é que eu li na FONTE, e você leu uma tradução que eu considero, convenientemente para a Igreja, muito ruinzinha...

Aí você me pergunta: "Tá, mas então o que D's estaria mandando nesse caso?"

E aí vem a resposta que vocês odeiam: SEJA CÉTICO E SÓ ACREDITE NO QUE VOCÊ VÊ!!!
Afinal, Ele está dizendo ao povo que SAIU DO EGITO, que ELES SAÍRAM DO EGITO. Ele não diz: "Eu criei o multiverso", porque o povo não viu a criação do multiverso, Ele diz que foi quem tirou eles do Egito, porque eles ESTAVAM LÁ VENDO!!!

Como que D's tá te mandando ser cético? Daí depende da sua crença... Se você acredita no "velhinho que joga The Sims com a SUA vida" e que pode te mandar pro "inferno", eu realmente te desejo boa sorte...
Mas se você estiver se referindo à força em geral por trás das coisas, não humanizada, como está no link que eu publiquei, aí talvez fique um pouquinho mais lógico entender o que a "metáfora divina" quer realmente dizer...

Ficou curioso? Quer provar que eu estou errado? ESTUDE E VENHA DEBATER DEPOIS QUE TIVER BASE!!!


Aos amigos ateus e agnósticos, me perdoem por esse post talvez não ser muito construtivo para vocês, mais pelo menos vocês podem dar algumas risadas no meio do texto...

terça-feira, 12 de julho de 2011

Introdução

Primeiramente, estou criando esse blog simplesmente porque eu costumo passar as madrugadas lendo os blogs dos outros antes de ir para o trabalho, daí desta vez pensei:

Será que eu consigo escrever o meu próprio blog? Será que vou ter algum conhecimento útil a ser passado para alguém?

Realmente não sei, vou tentar... Se por acaso alguém ler, espero que goste.

Tentarei abordar assuntos diversos aqui de forma a acrescentar algo para quem leia e, se possível, fazer com que o leitor pense e reflita um pouco e se engrandeça de alguma forma.

Já que estou falando sobre "passar conhecimento", acho que pode ser legal já começar falando sobre esse assunto: O Ato de Ensinar.

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É muito comum aqui no Brasil eu ver crianças completamente desinteressadas nas matérias da escola, só pensando em futebol e video-game, e quando um pouco mais velhos, "pegar geral".

A coisa mais cômoda a se fazer para a sociedade é simplesmente reclamar e dizer: "ah, o ensino no Brasil está um lixo!" ou "Essa juventude não quer nada!".

Eu não gosto de comodismo e nem conformismo, talvez pelo simples fato de que para mim não é "divertido" (leia-se produtivo) ter esse tipo de atitude passiva.

Então, eu resolvi olhar por uma outra ótica e culpar os professores ao invés de culpar os alunos! Mas culpar os professores de não serem carismáticos e cativarem os alunos o suficiente também seria uma atitude passiva em princípio, então o que eu fiz foi me tornar professor também!

Pronto, agora eu culpo a mim mesmo quando meus alunos não estão interessados em aprender e posso fazer algo para mudar o que eu acho errado de forma ativa. Agora eu tenho a ótica do professor para poder opinar baseado nas minhas próprias classes (atualmente um total aproximado de 120 alunos).

Não sou professor de ensino fundamental para poder avaliar a questão principal que eu queria que é poder saber aonde, na base, surge o desinteresse das crianças em buscar o conhecimento e realmente amar absorver novas informações e se engrandecer, evoluir e crescer cada vez mais. Para minha sorte a minha irmã está se formando em pedagogia e talvez eu eventualmente consiga enxergar mais de perto essa questão que me incomoda muito.

Dentro de casa eu tenho meu irmãozinho de doze anos, que de fato só pensa em jogar futebol e video-game. Ano passado eu tentei estimular ele a estudar e ofereci um PSP de presente no fim do ano caso ele tirasse um mínimo de notas 10 na escola, o que ele conseguiu. Mas não sei até aonde minha forma de incentivo funcionou.

Voltando às minhas turmas, eu sou professor de Computação Gráfica, mais especificamente de um Software chamado Maya, para quem não conhece é o mesmo que a Pixar e a Dreamworks usam para fazerem aquelas animações maravilhosas (Procurando Nemo, Shrek, Toy Story e etc...).

E em todas as minhas turmas, na primeira aula, uma coisa que eu faço questão é de perguntar a cada aluno quem é ele. Não o nome, mas o que ele faz da vida e o que ele pretende conseguir no mundo do 3D. Daí eu falo um pouco sobre mim e, de acordo com como foi a apresentação de cada aluno eu vejo como vou direcionar o curso para aquela turma.

Uma coisa que eu acho bem legal é tratar o ser humano como humano e não como número. Para mim cada aluno é único e eu realmente quero que cada um daqueles quarenta que estão ali na turma tire o máximo possível dentro de seus interesses, inclusive às vezes passando hora no facebook de madrugada tirando dúvidas deles, quando eles têm esse tipo de interesse para mim é a coisa mais prazerosa do mundo.

Daí depois de falar desse monte de coisa linda, como se eu fosse o "melhor professor do mundo" (o que seria uma grande mentira, visto que eu ainda estou com minhas primeiras três turmas na vida, e a falta de experiência me faz estar muito longe de ser um professor tão perfeito assim...), vamos ao que me incomoda:

Muitos dos alunos que chegam ali fazem faculdade de algo ligado a Design, Animação, etc... e eventualmente tiveram aulas de algum software 3D na faculdade. O ponto é que TODOS que tiveram essa experiência chegam lá com ódio do software que aprenderam ou com medo do que eu vou ensinar.

De fato na primeira aula eu costumo dar um pouco de medo e mostrar algo um pouco complicado, mas apenas como exemplo para mostrar a eles como será importante ter um caderno à mão na próxima aula.

Mas o que me incomoda tanto nesse "trauma" que eles trazem das faculdades é que eu não consigo pensar em outra coisa senão em culpar os professores deles.

Primeiro porque diferente do ensino fudamental, dessa vez estou falando da MINHA área de ensino. Daí acredito que eu tenha algum "direito" de opinar.

E segundo, por que que os alunos chegam na minha turma com esses traumas da faculdade e saem amando o Maya? Realmente o software é fantástico, meu software favorito inclusive! Mas acho que essa é a chave para tudo:

Quando eu ensino Maya, eu não estou ensinando "mais uma matéria para pagar as minhas contas", até porque a minha renda mais alta não vem do trabalho como professor, vem do trabalho de produtor, no qual passo a maior parte do tempo. Quando eu estou em sala de aula, eu estou ensinando o que eu AMO desde os 9 anos de idade (e isso tem bastante tempo). E acredito que os alunos conseguem sentir esse meu amor verdadeiro pelo o quê que está sendo passado para eles. Acho que aluno sente muito isso, e se sente mais confiante em aprender e mais motivado quando vê que o professor realmente gosta de fazer o que ele está ensinando a fazer.

Outra coisa que talvez ajude é que eu sempre faço questão de mostrar que eu realmente sei fazer o que estou ensinando (agora mesmo estou finalizando a modelagem de uma Harley Davidson apenas para os meus alunos, e terminando ela começo a modelar o Aioria de Leão, versão do "Episódigo G (Gold)".

Talvez se os professores começassem a se preocupar mais em demonstrar esse amor que eles têm pelo conteúdo transmitido, os alunos conseguissem absorver um pouco disso e pudessem pensar: "Por que que esse cara ama tanto esse negócio? Talvez seja realmente tão maneiro assim..."

Diferente do que muitas vezes os professores demonstram para nós na escola, muitas vezes chegando com aquela cara de cansado e "minha vida é uma merda" e jogando a matéria no quadro de forma metódica e imposta.

FAÇAM OS ALUNOS PENSAREM!!!! Botar as engrenagens da cabeça de um ser humano para girarem no século XXI é quase um orgasmo, é um prazer imenso ver uma pessoa realmente PENSANDO no que está fazendo e cogitando aprender coisas novas, e eventualmente buscando novos conhecimentos na era do "google"!! É muito gratificante mesmo!!!

Paremd e ficar se queixando que "o mundo tá perdido" ou "o mundo é uma merda" e FAÇAM algo para mudar isso!!! Eu não gostava de como eu era ensinado matemática na escola, porque os professores não me passavam paixão pelo que ensinavam, pareciam muitas vezes ter preguiça de tirar dúvidas mais complexas quando eu as tinha e isso ía me desmotivando na matéria enquanto criança; e já que eu não gostava de como era feito comigo, eu procuro fazer diferente!!!

E de acordo com o que meus alunos dizem, e com as horas que eles passam no facebook, mesmo em horário de trabalho me fazendo perguntas e tirando dúvidas e me faz pensar que por mais longe que eu esteja de melhorar a forma de ensino da atualidade, hoje eu tenho pelo menos 120 pessoas das quais eu me orgulho de dizer que eu pude acrescentar pelo menos alguma coisa que seja na vida deles. É o que eu posso fazer por enquanto, é o que está ao meu alcance hoje.

É o suficiente, claro que não! Afinal, meu objetivo de vida é "deixar o mundo um lugar mais divertido (para mim mesmo, claro)", e como eu disse no começo, DIVERTIDO = PRODUTIVO = FUNCIONAL = INTELIGENTE!


Post Scriptum: Inteligir

in.te.li.gir

  1. (Filosofia) compreender ou apreender a realidade através do pensamento ou raciocínio objetivo, sem o uso de intuição ou sentimento.




    Espero que este post inaugural tenha acrescentado algo para alguém... O próximo será sobre Bagunças Culturais.